sábado, 21 de abril de 2012

Passagem das horas

Trago dentro do meu coração,

Como um cofre que não se consegue fechar de cheio,

Todos os lugares onde estive,

Todos os portos a que cheguei,

Todas as paisagens que via através de janelas e vigias,

Ou de tombadilhos, sonhando,

E tudo isso, que é tanto, é pouco para o que eu quero.


Álvaro de Campos

Passagem das horas, 1916





Nenhum comentário: